terça-feira, 27 de maio de 2008

SALVA VIDA URGENTE 2008


Pessoal, acho que hoje é um dia muito simbólico para eu falar de uma experiência que mudou tanto certos aspectos meus na idade que acabo de abandonar. Refiro-me ao Salva Vida Urgente 2008. Um projeto que é patrocinado pela Chevrolet atualmente, mantendo cerca de 20 voluntários durante um mês e meio no litoral gaúcho.

Como voluntária capacitada recebi o e-mail da reunião que convidava o pessoal para ir passar as férias trabalhando voluntariamente com o Vida Urgente. Na hora que recebi confirmei minha presença. Tinha certeza que seria uma experiência enriquecedora em diversos sentidos. Na semana do vestibular o Digo ligou-me convidando pra ir pra lá no dia 9 d janeiro, pois haveria uma gravação para o Jornal Nacional. Topei na hora e arrumei minhas coisas para ir pra lá. Lembro que eu estava com muito medo de estar levando coisas demais, do que eles iriam pensar de mim, como seria minha relação com o pessoal, quem seriam aqueles voluntários que dividiriam a mesma casa comigo. Lembro do Digo me recepcionando na rodoviaria e eu com muitooo receio de estar levando muita coisa, lembro do tio Valmor simpaticissimo, da Naty abrindo a porta pra mim, do Bruno (e como eu fiquei feliz com a presença dele, visto que o conhecia) do Jony no sofá, da Jéssica e Poca na sala, da Rê e da Prof e do Armandinho falando que mandaram comer menos pois a guria q viria era muito gorda. hehehehe

Lembro da Tais pegando uma lagartixa na mão, do Marcus jogando perfil conosco e da Sheila explicando as regras da casa.

E as regras da casa foram meu maior choque, eu havia saído de uma curta temporada sozinha em casa, com liberdade total para fazer o que quisesse e ido para um lugar onde não poderiamos sair sem autorização (e esse sair era reduzido), teriamos que fazer tudo nos horários estipulados, teriamos que ter um jogo muito aberto sobre nossa vida pessoal com os coordenadores,etc... Apesar de parecer uma regressão foram pontos que me fizeram crescer muito, às vezes parece que não vivi tudo que tinha que ter vivido quando não tinha essa liberdade, passei um mês e meio me sentindo muito adolescente, mas, por estar crescendo demais.

O trabalho era o que tinha de mais gratificante, o que tinha de melhor... Percorremos 42 praias do litoral passando uma mensagem que acreditavamos, dividindo com pessoas que nem conheciamos um pouco da nossa consciência e esperança. Se não tivesse certeza que aquilo era o mais importante e estavamos conseguindo cumprir nosso intuito, teria ido embora na primeira crise emocional.

Podemos dividir o trabalho do Salva Vida Urgente em algumas ações e papeis que os voluntários assumem:


  • Conversas com os veranistas

  • Esquete de teatro mudo

  • Madrugada Viva

  • Carnaval

  • Bandeiraços

  • Planeta Atlântida

No decorrer do tempo postarei a respeito de cada ação e dividirei com vocês alguns momentos que passei lá, mas, uma coisa eu garanto, foram as melhores férias da minha VIDA.

segunda-feira, 12 de maio de 2008


Pessoal, eu fiquei de postar aqui a algum tempo já, sobre o curso de capacitação de voluntários. Aqui estou no dia 13 de maio de 2008. Hoje fazem 13 anos do último aniversário comemorado em vida pelo Thiago de Moraes Gonzaga, hoje ele estaria comemorando seu 31º aniversário. Quem sabe o que estaria acotecendo na vida dele? Será que teria formado-se em direito pela UFRGS, será que teria trocado de curso como pesquisador borboleta que era? Será que já estaria casado, namorando, a procura de um grande amor? Será que ele teria virado político, se dedicado intensamente aos esportes, a educação? Será que ele sentaria ao meu lado no teatro ou me assistiria quando eu estreasse. Será que todos nós nunca ouviriamos falar seu nome?

No meio de tantas suposições, uma coisa é certa, essas perguntas não tem resposta. Ele não está aqui, devemos simplesmente cruzar os braços e lamentar percas como essas?

No dia 27 de maio eu estarei comemorando meu 20º aniversário. Eu já vivi 2 anos a mais que o Thiago, será que eu estou conseguindo fazer ao menos alguma coisa de bom, que realmente faça valer a pena a minha vida?

Fiquei pensando, será que é por querer ser especial na vida das pessoas que sou voluntária? Por querer "salvar" vidas? Será que é por querer ser lembrada?

Aí, pensei bem... não. É por ter consciencia de que as outras pessoas são especiais. Quantos gênios não morreram e foram considerados indigentes? Não desistiram de seu trabalho mesmo não sendo reconhecidos em vida. Muitos artistas de teatro, nunca foram reconhecidos em vida, alguns nem após a morte. Isso realmente muda nosso trabalho?

O trabalho do Vida Urgente é um trabalho por AMOR, amor às pessoas que podemos conhecer, que podem (ou poderiam) fazer parte da nossa vida e Às que já fazem, assim como: a minha faculdade; Ninguém faz teatro esperando grande reconhecimento, até por que o reconhecimento no teatro, não significa quase nada se você não amar a arte.

No curso de Capacitação de voluntários, temos um contato direto com o que é a fundação. Ele tem a duração de uma semana ou um intensivo de final d semana. São trabalhados textos importantes, são feitos jogos, dinâmicas e no final você cria uma ação que será feita por você e outros voluntários. Vale muito a pena fazer, é super divertido e conhece-se muita gente bacana. Acho que o mais importante é continuar participando das ações depois do curso. Eu fui da turma 13 do ano passado, e sou voluntária ativa, desde lá. Já perdi a conta de quantas ações participei, além de ir para o Salva Vida Urgente, experiência que eu falarei no próximo post!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A primeira ação!



Galera, fico muito feliz que o pessoal tenha me procurado pra falar sobre o que leram nos posts, sei que algumas pessoas preferem não comentar aqui, portanto deixo meu e-mail e msn para quem quiser falar por outros meios. vick_kita@hotmail.com


Bem, estava muito ansiosa em escolher qual seria o tema deste post, já que tenho tantas histórias legais com o Vida Urgente pra compartilhar com vocês. Chegará uma hora que falarei de outras coisas, porém, este é o assunto mais importante pra mim nos últimos tempos. Não só por que eu conheci pessoas incríveis que se tornaram muito presentes na minha vida, mas, também porque é uma idéia que já faz parte de mim.


Não tenho resgistros materiais da minha primeira ação no Vida Urgente, mas, estará sempre na minha memória. Foi em Julho do ano passado, eu me inscrevi para a ação de Volta às aulas da PUCRS, eram apenas 3 voluntários presentes, pra entregar um folder de borboleta, dando boas vindas aos alunos, bom retorno às aulas e contar para eles que havia um núcleo do Vida Urgente dentro da universidade, o que era a Fundação etc. Permitam-me "abordar" vocês e dizer que são todos muito bem vindos no Núcleo da PUCRS, também.


O Núcleo da Fundação na PUCRS fica no prédio 8 (da letras, em frente a FAMECOS) , é um espaço criado pro pessoal que estuda lá, pensar na vida, tomar um chimas (que eles oferecem gratuitamente), conversar, conhecer a Fundação e quem sabe... virar voluntário?! Na parte externa do núcleo eles disponibilizam bancos e mesas, pro pessoal reunir-se. Durante o vestibular de verão 2008 ocorreram ações em que os voluntários entregaram fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim, com uma mensagem de boa sorte aos vestibulandos, que em parte seriam estudantes da PUCRS e possíveis frequentadores do Núcleo. Além das fitinhas, haviam cadeiras (estilo de praia) para o pessoal que esperaria os alunos, chimas e o tradicional estande com banners e tatuagens na galera... que dava tanta sorte quanto a fitinha.


Mas, o mais importante não são os "benefícios" materiais que este núcleo oferece e sim a localização dele dentro de uma universidade, onde estamos diretamente relacionando-nos com o nosso público alvo (se é que existe um público alvo para a Fundação), jovens motoristas que são formadores de opinião em Porto Alegre. Participei de quase todas as ações realizadas na PUCRS por que tenho a convicção de que são ações que fazem toda a diferença no nosso trabalho, pode parecer fútil, mas, quando estou lá penso que aquela gurizada bonita, que estuda e também curte muita festa não pode perder a vida nas estradas, bem... talvez seja mais fútil não pensar nisso. Não nego minha pontinha de inveja deles que têm um núcleo dentro do campus, mas, eu pego meu bus sem reclamar que em 10 minutinhos estou na sede da Fundação, e é sobre o curso de capacitação de voluntários, que eu participei lá, que eu "falarei" no próximo post!
Fica então, meu convite a todos que passarem pela PUCRS: Parem no prédio 8, falem com a Maitê, o Alex ou o Jorginho e conheçam o trabalho que eles fazem por lá! Se a sede na Rua Botafogo é a porta de entrada da fundação, o Núcleo da PUCRS pode ser um portãozinho branco de madeira! hehehe
Até o final de semana, com mais um post!

p.s.: na foto eu estou fazendo tatuagem no professor Ferrari do grupo Unificado durante o vestibular da PUCRS.
p.s.²: a foto do post anterior foi tirada em Torres, por mim, durante o Salva Vida Urgente 2008.

quinta-feira, 3 de abril de 2008


Bem, tenho esse blog já algum tempo, mas, só agora achei um motivo realmente bom para postar aqui!

Quando eu tinha 16 anos, estava saindo do colégio e já tinha ouvido falar sobre o trabalho da fundação Thiago de Moraes Gonzaga, seja em festas onde tatuei a borboletinha no pescoço, no Unificado (curso pré-vestibular onde estudei durante 2 anos), ou através da mídia (que frequentemente mostrava o trabalho da fundação)... sempre quis fazer trabalho voluntário e achei que o Vida Urgente deveria ser muito divertido e me proporcionaria conhecer muitas pessoas. Depois de quase 3 anos, minha opinião não mudou.

No próximo dia 14, fará um ano que o meu amigo Joni faleceu, ele era aquele tipo de guri mal compreendido, não estava entre os mais populares, não fazia piadas engraçadas, não ficava com as mais gatas do colégio, também não era o mais inteligente da turma. O Joni era muuuuiiitoo real! Eu sempre achei ele muito bonito, era carinhoso, daqueles que não medem o carinho que dedicam aos amigos, nunca vi ele brabo ou emburrado, a única vez que o vi chateado foi quando enxugava minhas lágrimas, era um guri que tu não poderia contestar o caráter, a bondade e a lealdade. Lembro-me dele chegando de bicicleta na minha casa, trazendo todas as cartas de uma amiga minha numa caixa de bom-bom "amor carioca" eu sempre fui conselheira amorosa e cupido dos meus amigos, só dele fui 3 vezes, com 3 diferentíssimas amigas! Ainda guardo o convite de formatura dele nas minhas coisas, formatura que ele fazia questão que eu fosse, me dando um dos poucos convites que tinha. Porém, eu não fui, não lembro ao certo porquê. Depois nos encontramos algumas vezes no supermercado, algumas evitei parar, pois teria que conversar por muito tempo, já que não nos viamos a meses. Eu fiquei sabendo só no dia 20 do falecimento dele, também não soube da missa de 7º dia.

Na noite de domingo, minha vó paterna faleceu, e seu corpo foi velado no cemitério onde o Joni está enterrado, então finalmente eu pude visitar seu túmulo vazio, lembrar quando era o aniversário dele e saber o dia exato de sua morte. Na segunda a tarde a Sheila (coordenadora de voluntários da fundação) me ligou pois haveria uma ação em uma empresa, quando ela explicou que a ação era pra apresentar a fundação para um grupo de funcionários e incentiva-los a fazer trabalho voluntário eu aceitei na hora. Apesar do luto, de não ter dormido a noite inteira, nem comido direito, eu sabia que nada me faria melhor do que participar da ação, nem falei nada antes da ação, fui lá, fiz tudo com um sorriso no rosto, energia que eu tirei não sei de onde e se não tivesse certeza que conseguiria fazer o meu trabalho bem feito não iria, mas, não existe lugar em que eu me sinta mais segura do que a fundação.

Na virada do ano, eu olhei pro céu e falei com o Joni, e prometi que esse ano seria pra evitar o máximo que pudesse que outras pessoas morressem como ele (ele morreu num acidente de moto, o motorista estava alcoolizado e bateu num poste). Mas, vocês não precisam esperar que alguém próximo de vocês perca a vida pra começar esse trabalho de conscientização. Se vocês têm amor próprio, amam suas famílias, amigos, vocês tem a obrigação de saber que automóveis são armas, que se vocês estão sem cinto no banco de trás vocês podem ser arremessados para fora do carro, que quem usa drogas (inclusive o alcool) e depois dirige perde parte dos reflexos e da atenção na direção. Não são só essas dicas que eu tenho pra dar, mas, a medida que for apresentando o trabalho da fundação passo mais...