quinta-feira, 3 de abril de 2008


Bem, tenho esse blog já algum tempo, mas, só agora achei um motivo realmente bom para postar aqui!

Quando eu tinha 16 anos, estava saindo do colégio e já tinha ouvido falar sobre o trabalho da fundação Thiago de Moraes Gonzaga, seja em festas onde tatuei a borboletinha no pescoço, no Unificado (curso pré-vestibular onde estudei durante 2 anos), ou através da mídia (que frequentemente mostrava o trabalho da fundação)... sempre quis fazer trabalho voluntário e achei que o Vida Urgente deveria ser muito divertido e me proporcionaria conhecer muitas pessoas. Depois de quase 3 anos, minha opinião não mudou.

No próximo dia 14, fará um ano que o meu amigo Joni faleceu, ele era aquele tipo de guri mal compreendido, não estava entre os mais populares, não fazia piadas engraçadas, não ficava com as mais gatas do colégio, também não era o mais inteligente da turma. O Joni era muuuuiiitoo real! Eu sempre achei ele muito bonito, era carinhoso, daqueles que não medem o carinho que dedicam aos amigos, nunca vi ele brabo ou emburrado, a única vez que o vi chateado foi quando enxugava minhas lágrimas, era um guri que tu não poderia contestar o caráter, a bondade e a lealdade. Lembro-me dele chegando de bicicleta na minha casa, trazendo todas as cartas de uma amiga minha numa caixa de bom-bom "amor carioca" eu sempre fui conselheira amorosa e cupido dos meus amigos, só dele fui 3 vezes, com 3 diferentíssimas amigas! Ainda guardo o convite de formatura dele nas minhas coisas, formatura que ele fazia questão que eu fosse, me dando um dos poucos convites que tinha. Porém, eu não fui, não lembro ao certo porquê. Depois nos encontramos algumas vezes no supermercado, algumas evitei parar, pois teria que conversar por muito tempo, já que não nos viamos a meses. Eu fiquei sabendo só no dia 20 do falecimento dele, também não soube da missa de 7º dia.

Na noite de domingo, minha vó paterna faleceu, e seu corpo foi velado no cemitério onde o Joni está enterrado, então finalmente eu pude visitar seu túmulo vazio, lembrar quando era o aniversário dele e saber o dia exato de sua morte. Na segunda a tarde a Sheila (coordenadora de voluntários da fundação) me ligou pois haveria uma ação em uma empresa, quando ela explicou que a ação era pra apresentar a fundação para um grupo de funcionários e incentiva-los a fazer trabalho voluntário eu aceitei na hora. Apesar do luto, de não ter dormido a noite inteira, nem comido direito, eu sabia que nada me faria melhor do que participar da ação, nem falei nada antes da ação, fui lá, fiz tudo com um sorriso no rosto, energia que eu tirei não sei de onde e se não tivesse certeza que conseguiria fazer o meu trabalho bem feito não iria, mas, não existe lugar em que eu me sinta mais segura do que a fundação.

Na virada do ano, eu olhei pro céu e falei com o Joni, e prometi que esse ano seria pra evitar o máximo que pudesse que outras pessoas morressem como ele (ele morreu num acidente de moto, o motorista estava alcoolizado e bateu num poste). Mas, vocês não precisam esperar que alguém próximo de vocês perca a vida pra começar esse trabalho de conscientização. Se vocês têm amor próprio, amam suas famílias, amigos, vocês tem a obrigação de saber que automóveis são armas, que se vocês estão sem cinto no banco de trás vocês podem ser arremessados para fora do carro, que quem usa drogas (inclusive o alcool) e depois dirige perde parte dos reflexos e da atenção na direção. Não são só essas dicas que eu tenho pra dar, mas, a medida que for apresentando o trabalho da fundação passo mais...

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